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    As Smart Cities necessitam de várias soluções

    Felizmente, os benefícios também são múltiplos


    Com tantas inovações e a uma velocidade tão vertiginosa, muitas vezes esquecemo-nos de que a tecnologia é apenas um meio e não um fim. No que toca às cidades inteligentes, o fim não depende do grau de funcionamento das tecnologias, mas sim do tipo de melhorias que trazem de facto para os cidadãos e gestores municipais.

     

    Nas minhas conversas com organizações e responsáveis de alto nível de municípios de todo o mundo, ficou claro para mim que as Smart Cities de sucesso serão as que oferecem múltiplos benefícios para uma vasta gama de comunidades e círculos eleitorais. Regra geral, isto é conseguido através de várias soluções que funcionam em sinergia.

    O ponto de equilíbrio de uma Smart City


    Gerir uma cidade pode ser um grande desafio. Por um lado, espera-se que os administradores da cidade mantenham as cidades vibrantes e estimulantes para atraírem novos negócios, e proporcionem uma sensação de segurança e conforto à população. Por outro lado, muitas vezes têm de conseguir tudo isto com orçamentos reduzidos, uma infraestrutura envelhecida, taxas de criminalidade persistentes e uma pressão crescente para cumprir com objetivos de combate às alterações climáticas.
     

    Como se equilibrar as crescentes expectativas com recursos limitados ou reduzidos não fosse por si só um desafio suficiente, as implementações das Smart Cities tornam-se mais complexas à medida que são implementadas diferentes aplicações. Os administradores municipais que procuram uma solução de um unico fornecedor ficarão desapontados, uma vez que nenhum fornecedor irá poder oferecer tudo.
     

    As Smart Cities de sucesso funcionam como ecossistemas, nos quais inúmeros intervenientes implementam soluções e aplicações. Por sua vez, isto exige uma abordagem de sistemas abertos nos quais as diferentes aplicações coexistem, se integram ao nível do dispositivo ou do software e, acima de tudo, partilham dados.

    Iluminação conectada: um ponto de partida atrativo


    No ecossistema da Smart City, a iluminação conectada oferece um ponto de partida atrativo. Analistas do setor, como a Navigant, veem a iluminação conectada como uma plataforma para aplicações futuras de Smart City.
     

    Numa investigação recente de especialistas em infraestruturas SmartCitiesWorld, quase metade dos líderes municipais e dos executivos empresariais inquiridos posicionaram a iluminação conectada nas suas três principais prioridades, juntamente com a conectividade na cidade e a mobilidade urbana.

    As Smart Cities de sucesso funcionam como ecossistemas, nos quais inúmeros intervenientes implementam soluções e aplicações."


    Barbara Kreissler

    Estamos numa era entusiasmante para a iluminação. A tecnologia LED, a revolução mais significativa no setor da iluminação desde a invenção da lâmpada, conquistou a confiança da população e é amplamente utilizada em todo o mundo. Isto é incrível, se nos lembrarmos que a iluminação LED real surgiu apenas há 15 anos.

     

    A iluminação conectada fomenta a inovação na tecnologia de iluminação digital ao trazer luminárias LED conectadas e os sensores inteligentes para a Internet das Coisas. Os sistemas de iluminação conectada bem concebidos alcançam normalmente poupanças de energia de 80%, quando comparados com a iluminação convencional. 

    Os múltiplos benefícios da tecnologia integrada


    Para os projetistas urbanos que se sintam intimidados pela complexidade das implementações de uma Smart City, temos boas notícias: a integração de várias tecnologias diferentes podem produzir inúmeros benefícios, muitos dos quais não são possíveis atingir de outro modo. A iluminação pública conectada está posicionada de forma única para desempenhar um papel importante aqui

     

    A iluminação pública conectada pode embelezar zonas residenciais, tornando-as mais atrativas e seguras, ao mesmo tempo que recolhe dados de sensores de inúmeros elementos, desde os níveis de temperature ao ruído, a padrões de tráfego nas ruas da cidade. Mas isto é apenas o começo A própria infraestrutura de iluminação, que já é alimentada e distribuída por todo o ambiente urbano, pode servir como um ponto de integração para tecnologias adicionais.

     

    A forte ligação entre a mobilidade urbana e a implementação da iluminação conectada oferece um exemplo. De acordo com uma estimativa, até ao ano de 2040 irão existir mais de 550 milhões de veículos elétricos (VE). As cidades podem suportar esta mudança em relação aos veículos a gasolina integrando as estações de carregamento VE diretamente nos postes de luz nas ruas.

    Isso fornece aos condutores pontos de carregamento, mas de onde virá a eletricidade? A investigação indica que se se melhorar a eficiência energética nos edifícios do actual 1% para apenas 5%, pode compensar totalmente a procura de energia adicional gerada por todos estes novos VEs. E a mais fiável e melhor forma de aumentar dramaticamente a eficiência energética é implementar a iluminação LED conectada.

     

    Este é apenas um dos inúmeros exemplos provocadores de como dois setores verticais aparentemente não relacionados podem gerar valor adicional quando implementados em conjunto num ecossistema inteligente. Se acrescentarmos o exemplo dos postes inteligentes, que integram uma infraestrutura de comunicações melhorando a capacidade e cobertura sem fios em ambientes urbanos densamente povoados, então já estão cobertas as três principais prioridades dos líderes municipais inquiridos no âmbito da investigação SmartCitiesWorld.

     

    As Smart Cities necessitam de várias soluções, mas proporcionam múltiplos benefícios quando são implementadas num ecossistema onde funcionam em sinergia. 

    Acerca do autor

    Fotografia de Barbara Kreissler
    Barbara Kreissler
    Diretora, Iluminação Profissional, Departamento de Assuntos Governamentais e Públicos Globais, Signify

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